sexta-feira, 11 de setembro de 2009

The Sartorialist




Já faz um tempo que o meu internet Explorer anda barrando o The Sartorialist por essas bandas, e desde então não acompanho mais as fotos de Scott Schuman pelo mundo. Tem seu lado bom: confesso que as mulheres fotografadas por ele me deixam um pouco deprê porque me sinto tão sem glamour, tão sem pernas, tão sem saltos, tão sem sal. E tão sem YSL, Balenciaga, Balmain etc.

Essa tem sido crítica constante ao seu trabalho, e que rendeu um bem humorado esquema de “Como ser fotografado por Scott Schuman” feito pelo site Refinery 29. O fotógrafo é “acusado” por alguns de só retratar a elite do meio, gente que circula nas semanas de moda vestida com as mais finas e representativas marcas do mercado. Questiona-se a autenticidade de suas imagens como documentação. Faz sentido. Uma coisa é fotografar editoras e “fashionistas” que têm passe livre para os desfiles de couture em Paris, outra bem diferente é registrar gente comum que circula, pense bem, no Centro do Rio.

Mas que mal há em se fazer esse recorte da elite mais elegante do mundo? Se a moda suscita devaneios e desejos em quase todos nós, então que sonhemos mais com as roupas de Giovanna Bataglia que com a vitrine da Renner.

Meu fim de semana já está decretado: fico com Scott!









terça-feira, 8 de setembro de 2009

O blog da Domitila

A Domitila é uma das marcas de roupa que mais gosto, e isso mesmo antes de um dia eu trabalhar com a Isa, a dona e criadora da marca. A pessoa entra na loja e já entende tudo direitinho. As marcas caminham cada vez mais para isso, para terem uma identidade forte e própria e eu sou muito a favor.

Fico satisfeita quando passo pela Farm exatamente por isso: não tem nada a ver com meu estilo, tem a ver como fato de que a loja diz a que veio. Eu citaria ainda uma porção - Maria Bonita, Totem, Osklen, Huis Clos etc.

Fato é que nasceu o blog da Domitila e agora o desafio é encontrar a cara dele, a linguagem e tudo o mais. É um desafio meu que, espero, seja mais bem sucedido que este paletó virando estopa.


Imagens do verão 2007 da Domitila.



segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A questão Zara

Faz anos que entrar na Zara tem para mim dois significados fortemente definidos: felicidade e gastança. Arrisco dizer que meu armário é 50% composto por Zara, e complementado por outras marcas que não tem fôlego para a competição. Na Zara eu sempre encontrei ótimas camisetas que resistem a inúmeras lavagens, além de sapatilhas e sandálias que atravessam verões e invernos. Na Zara eu adquiri diversas blusas de seda que já são conhecidas de todos os meus amigos, e vestidos que viveram comigo momentos memoráveis. Na Zara eu encontrei a calça de alfaiataria perfeita, que com o tempo perdeu a bainha e agora ameaça ficar sem cós (pode ser considerada uma pós-alfaiataria punk agora) e na Zara deixei tantas outras peças que não pude levar por falta de mais orçamento. Não que eu ache a Zara cara, veja bem, não quero cometer injustiças. As minhas peças sempre duraram o tempo equivalente ao dinheiro que paguei por elas, exceto as camisetas que parecem não se esgotar (verdade seja dita: elas ficam misteriosamente mais curtas depois de um tempo).

Entrar na Zara sempre foi uma experiência terapêutica sob dois aspectos: as compras, muitas vezes, eram uma tentativa de preencher o vazio, e ao mesmo tempo eram um exercício para testar as capacidades objetiva e prática. Efeito semelhante ao que a Zara exerce só sinto em mais três estabelecimentos: Tok & Stok, Livraria da Travessa e Hortifruti. Está certo, 4 lugares: fico enlouquecida em farmácias também.

Pode-se imaginar, portanto, o meu desbaratinamento quando de minha última ida à Zara: saí de mãos abanando. Sair de mãos abanando da Zara já havia me acontecido antes, por uma razão que tenho que trazer à tona: a modelagem da marca não é excelente, o que viabiliza que se saia de lá sem nada (mas mulher que é mulher compra e dá um jeitinho depois). Porém o que verdadeiramente me espantou foi o fato de que sequer entrei no provador. Não havia qualquer camiseta bacana, ou sapatos. Nem mesmo um cinto. No caminho de volta pra casa pensei: deve ser o dia, deve ser porque não estou inspirada, deve ser porque está chovendo, deve ser porque estou com pressa. O problema é que todos esses argumentos viram incentivos em se tratando de Zara. Pense bem: deve ser o dia – qualquer dia na Zara é (ou costumava ser) bom. Deve ser porque não estou inspirada – portanto vou à Zara, local inspirador ok, você entendeu que tudo pode ser revertido a favor.

Mas depois deste fatídico dia já voltei à Zara outras tantas vezes e a cena se repetiu. Não sei o que fazer. Até mesmo efetuar uma troca foi missão impossível, e trouxa na sacola um casaquinho preto de botões que, pra ser sincera, não pretendo usar. É aterrorizante, não consigo imaginar um mundo em que a Zara não me venda nada. Simplesmente não procede. Temo que terei de enfrentar a verdade cruel e dura dos fatos e tomar uma atitude extrema e radical: voltar pra análise.