segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A questão Zara

Faz anos que entrar na Zara tem para mim dois significados fortemente definidos: felicidade e gastança. Arrisco dizer que meu armário é 50% composto por Zara, e complementado por outras marcas que não tem fôlego para a competição. Na Zara eu sempre encontrei ótimas camisetas que resistem a inúmeras lavagens, além de sapatilhas e sandálias que atravessam verões e invernos. Na Zara eu adquiri diversas blusas de seda que já são conhecidas de todos os meus amigos, e vestidos que viveram comigo momentos memoráveis. Na Zara eu encontrei a calça de alfaiataria perfeita, que com o tempo perdeu a bainha e agora ameaça ficar sem cós (pode ser considerada uma pós-alfaiataria punk agora) e na Zara deixei tantas outras peças que não pude levar por falta de mais orçamento. Não que eu ache a Zara cara, veja bem, não quero cometer injustiças. As minhas peças sempre duraram o tempo equivalente ao dinheiro que paguei por elas, exceto as camisetas que parecem não se esgotar (verdade seja dita: elas ficam misteriosamente mais curtas depois de um tempo).

Entrar na Zara sempre foi uma experiência terapêutica sob dois aspectos: as compras, muitas vezes, eram uma tentativa de preencher o vazio, e ao mesmo tempo eram um exercício para testar as capacidades objetiva e prática. Efeito semelhante ao que a Zara exerce só sinto em mais três estabelecimentos: Tok & Stok, Livraria da Travessa e Hortifruti. Está certo, 4 lugares: fico enlouquecida em farmácias também.

Pode-se imaginar, portanto, o meu desbaratinamento quando de minha última ida à Zara: saí de mãos abanando. Sair de mãos abanando da Zara já havia me acontecido antes, por uma razão que tenho que trazer à tona: a modelagem da marca não é excelente, o que viabiliza que se saia de lá sem nada (mas mulher que é mulher compra e dá um jeitinho depois). Porém o que verdadeiramente me espantou foi o fato de que sequer entrei no provador. Não havia qualquer camiseta bacana, ou sapatos. Nem mesmo um cinto. No caminho de volta pra casa pensei: deve ser o dia, deve ser porque não estou inspirada, deve ser porque está chovendo, deve ser porque estou com pressa. O problema é que todos esses argumentos viram incentivos em se tratando de Zara. Pense bem: deve ser o dia – qualquer dia na Zara é (ou costumava ser) bom. Deve ser porque não estou inspirada – portanto vou à Zara, local inspirador ok, você entendeu que tudo pode ser revertido a favor.

Mas depois deste fatídico dia já voltei à Zara outras tantas vezes e a cena se repetiu. Não sei o que fazer. Até mesmo efetuar uma troca foi missão impossível, e trouxa na sacola um casaquinho preto de botões que, pra ser sincera, não pretendo usar. É aterrorizante, não consigo imaginar um mundo em que a Zara não me venda nada. Simplesmente não procede. Temo que terei de enfrentar a verdade cruel e dura dos fatos e tomar uma atitude extrema e radical: voltar pra análise.

2 comentários:

bebel disse...

nossa, acho q eu tô vivendo exatamante o contrario de vc. parei de comrpar na zara ha um tempao e agora tô redescobrindo!!!!

Rachel disse...

Julia, eu te amo.


Sabe que um dia desses eu fiz uma lista de necessidades totalmente necessárias que uma cidade precisa ter pra eu poder me mudar do Rio:

1. internet rápida
2. Zara
3. Tok&Stok