sexta-feira, 11 de setembro de 2009

The Sartorialist




Já faz um tempo que o meu internet Explorer anda barrando o The Sartorialist por essas bandas, e desde então não acompanho mais as fotos de Scott Schuman pelo mundo. Tem seu lado bom: confesso que as mulheres fotografadas por ele me deixam um pouco deprê porque me sinto tão sem glamour, tão sem pernas, tão sem saltos, tão sem sal. E tão sem YSL, Balenciaga, Balmain etc.

Essa tem sido crítica constante ao seu trabalho, e que rendeu um bem humorado esquema de “Como ser fotografado por Scott Schuman” feito pelo site Refinery 29. O fotógrafo é “acusado” por alguns de só retratar a elite do meio, gente que circula nas semanas de moda vestida com as mais finas e representativas marcas do mercado. Questiona-se a autenticidade de suas imagens como documentação. Faz sentido. Uma coisa é fotografar editoras e “fashionistas” que têm passe livre para os desfiles de couture em Paris, outra bem diferente é registrar gente comum que circula, pense bem, no Centro do Rio.

Mas que mal há em se fazer esse recorte da elite mais elegante do mundo? Se a moda suscita devaneios e desejos em quase todos nós, então que sonhemos mais com as roupas de Giovanna Bataglia que com a vitrine da Renner.

Meu fim de semana já está decretado: fico com Scott!









terça-feira, 8 de setembro de 2009

O blog da Domitila

A Domitila é uma das marcas de roupa que mais gosto, e isso mesmo antes de um dia eu trabalhar com a Isa, a dona e criadora da marca. A pessoa entra na loja e já entende tudo direitinho. As marcas caminham cada vez mais para isso, para terem uma identidade forte e própria e eu sou muito a favor.

Fico satisfeita quando passo pela Farm exatamente por isso: não tem nada a ver com meu estilo, tem a ver como fato de que a loja diz a que veio. Eu citaria ainda uma porção - Maria Bonita, Totem, Osklen, Huis Clos etc.

Fato é que nasceu o blog da Domitila e agora o desafio é encontrar a cara dele, a linguagem e tudo o mais. É um desafio meu que, espero, seja mais bem sucedido que este paletó virando estopa.


Imagens do verão 2007 da Domitila.



segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A questão Zara

Faz anos que entrar na Zara tem para mim dois significados fortemente definidos: felicidade e gastança. Arrisco dizer que meu armário é 50% composto por Zara, e complementado por outras marcas que não tem fôlego para a competição. Na Zara eu sempre encontrei ótimas camisetas que resistem a inúmeras lavagens, além de sapatilhas e sandálias que atravessam verões e invernos. Na Zara eu adquiri diversas blusas de seda que já são conhecidas de todos os meus amigos, e vestidos que viveram comigo momentos memoráveis. Na Zara eu encontrei a calça de alfaiataria perfeita, que com o tempo perdeu a bainha e agora ameaça ficar sem cós (pode ser considerada uma pós-alfaiataria punk agora) e na Zara deixei tantas outras peças que não pude levar por falta de mais orçamento. Não que eu ache a Zara cara, veja bem, não quero cometer injustiças. As minhas peças sempre duraram o tempo equivalente ao dinheiro que paguei por elas, exceto as camisetas que parecem não se esgotar (verdade seja dita: elas ficam misteriosamente mais curtas depois de um tempo).

Entrar na Zara sempre foi uma experiência terapêutica sob dois aspectos: as compras, muitas vezes, eram uma tentativa de preencher o vazio, e ao mesmo tempo eram um exercício para testar as capacidades objetiva e prática. Efeito semelhante ao que a Zara exerce só sinto em mais três estabelecimentos: Tok & Stok, Livraria da Travessa e Hortifruti. Está certo, 4 lugares: fico enlouquecida em farmácias também.

Pode-se imaginar, portanto, o meu desbaratinamento quando de minha última ida à Zara: saí de mãos abanando. Sair de mãos abanando da Zara já havia me acontecido antes, por uma razão que tenho que trazer à tona: a modelagem da marca não é excelente, o que viabiliza que se saia de lá sem nada (mas mulher que é mulher compra e dá um jeitinho depois). Porém o que verdadeiramente me espantou foi o fato de que sequer entrei no provador. Não havia qualquer camiseta bacana, ou sapatos. Nem mesmo um cinto. No caminho de volta pra casa pensei: deve ser o dia, deve ser porque não estou inspirada, deve ser porque está chovendo, deve ser porque estou com pressa. O problema é que todos esses argumentos viram incentivos em se tratando de Zara. Pense bem: deve ser o dia – qualquer dia na Zara é (ou costumava ser) bom. Deve ser porque não estou inspirada – portanto vou à Zara, local inspirador ok, você entendeu que tudo pode ser revertido a favor.

Mas depois deste fatídico dia já voltei à Zara outras tantas vezes e a cena se repetiu. Não sei o que fazer. Até mesmo efetuar uma troca foi missão impossível, e trouxa na sacola um casaquinho preto de botões que, pra ser sincera, não pretendo usar. É aterrorizante, não consigo imaginar um mundo em que a Zara não me venda nada. Simplesmente não procede. Temo que terei de enfrentar a verdade cruel e dura dos fatos e tomar uma atitude extrema e radical: voltar pra análise.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Módulos

5 anos depois da performance, finalmente comprei o livro (+DVD) “A Costura do Invisível”, do Jum Nakao. Coincidentemente (ou não) ele fará um workshop no Instituto Rio Moda, e deve falar mais um monte de coisas bacanas e interessantes sobre conceitos e processo criativo. Folheando o livro dei de cara com uma indagação do Luiz Fernando Carvalho: "Formular a questão “o que é o vestir?” seria o mesmo que o ato de se desnudar. É, de certo modo, um corte aberto na própria vida, um rasgo onde ela deveria se situar e provavelmente revelar todo o seu ser."

Sei que pode parecer metido ou arrogante, e que é um discurso intelectual(óide) que pode ser muito chato e cansativo. Mas não é uma discussão bem mais interessante que saber que fulana ou beltrana estará na capa da Vogue de Novembro?

domingo, 5 de julho de 2009

Essa vida não está sopa

Parece que eu não tenho tanta coisa assim a dizer sobre roupas. Até o Gay Talese tem mais assunto sobre moda do que eu, a dica é da Bebel e o vídeo é ótimo - http://men.style.com/video/style-sages/

Enquanto isso, a Leticia Wähmann acha que eu sou digna de aparecer no blog dela duas vezes num espaço de 10 dias (espero que não seja influência do sobrenome) e os meus amigos meninos não tem qualquer pretendente pra me apresentar porque, citando os próprios: "você é muito chique, fica complicado". Eu nunca achei que ser chique pudesse gerar esse tipo de coisa. Enquanto decido se mudo meu estilo na esperança ingênua de ser apresentada a caras legais, penso que Paul Poiret tinha razão quando disse: "For cannot women wear anything and everything and do they not possess the secret of making beautiful and acceptable the most improbable and audacious things?" Aparentemente os meus amigos discordam, ou não leram a autobiografia do estilista. Anyway. Eu não ia mesmo querer um sujeitinho que no fim de semana me convidasse pra comer japonês no Sushi Leblon. Ou que no meu aniversário acertasse 4 livros incríveis, sendo 1 sobre Yves Saint Laurent e outros 3 dos meus autores preferidos. Ou que me enviasse flores numa terça-feira em que eu me recuperasse de uma gripe. Ou que no fim de semana me sugerisse uma viagem a Paraty.


No fim das contas o meu lado chique está em perfeita harmonia com Alber Elbaz: I want Lanvin, not flowers.


quinta-feira, 14 de maio de 2009

Relatos de um dia em Londres

Evelyn Bonorino me responde a um email escrevendo: “Cortei os pulsos na hora que você falou do Hussein”. Eu teria respondido a ela que cortei os pulsos na hora que vi suas roupas ao vivo, mas minha boa índole não me permitiu tal provocação. E pensando bem, eu cortei os pulsos mesmo quando soube que não veria a exposição Hats no Victoria & Albert Museum. Sim, essas coisas acontecem quando a pessoa passa um único dia em Londres e atravessa a Millenium Bridge a pé. As explicações são mais ou menos as seguintes.

Desembarquei na St Pancras Station num sábado de manhã com um roteiro pronto para aproveitar ao máximo a terra da Rainha. Estar em Londres por somente 10 ou 12 horas é tenso, e portanto é preciso calcular minuciosamente cada passo.

Acompanhada de meu pai, o dia começou atravessando a tal ponte, que desde sua construção sofreu diversos reparos. Parece que a ponte, exclusiva para a travessia de pedestres, balançava um pouco, o que devia trazer como conseqüência diversas fotos desfocadas. Consertos resolvidos, lá fomos nós, em dia de ventania, cruzar a ponte. Uma vez do outro lado do rio, o inevitável clichê aconteceu: meu ouvido doía, meu olho ardia e meu pai e eu nos despedimos temporariamente, ele indo assistir a partida de futebol do Chelsea e eu correndo para o Design Museum, onde a expo de coleções do Hussein Chalayan me esperava.

O Design Museum fica na beira do Tâmisa, numa área de Londres recuperada recentemente (perto dali, em frente à ponte já citada, está a Tate Modern). O Hussein Chalayan estava ali, embora não estivessem lá as peças de uma das coleções mais impressionantes do estilista, a One Hundred and Eleven, verão de 2007, em que vestidos e mangas se encurtavam ou alongavam, e onde no fim um chapéu sugava a roupa da modelo, deixando-a nua na passarela. O telão no fim da exposição exibindo tal performance não saciou meus desejos, e confesso que só não saí frustrada porque todo o resto da mostra era lindo e apaixonante. Confesso também que eu não era grande fã do estilista, o que obviamente mudou drasticamente após a ida ao Design Museum. Algumas peças da coleção Readings, de 2008, estavam lá, protegidas por paredes negras que realçaram os raios vermelhos que saem dos vestidos. Peças do outono 2007, intitulado Airborne, também estavam na mostra, como o vestido revestido de luzes LED. Estar diante dessas peças de vestir tão tecnológicas é hipnotizante, e o deslumbramento é semelhante ao que uma criança de 6 anos tem quando vai à Disney pela primeira vez. A riqueza com que Chalayan constrói seu trabalho o posiciona num lugar onde conceito, técnica e inovação se misturam, de forma que é difícil categorizar sua obra. Não é só moda, nem só design, nem só tecnologia. Respaldada pelo fato de que a mostra se encontra num museu, eu arriscaria dizer que Hussein Chalayan faz obras de arte.



Do Design Museum até South Kensington, onde supostamente eu iria encontrar a Bebel para vermos juntas a Hats, alguns obstáculos atrasaram meu percurso: recuperar o fôlego pós Chalayan, estações de metrô em obra, linhas fechadas, procurar uma casa de câmbio, comprar postais, passear por Kensington Gardens, entrar na TopShop, experimentar a TopShop inteira... Finalmente cheguei ao V&A, onde os Hats me aguardavam, mas não a Bebel, com quem acabei não conseguindo falar. Uma vez dentro do V&A, me dei conta de que entrei pelo lado do museu que me levou direto ao acervo de moda permanente da instituição. A coleção começa com trajes do século XVIII e chega aos dias atuais. O museu faz questão de agrupar dentro das vitrines nomes significativos de estilistas italianos, franceses, americanos, dando um panorama geral das inovações e propostas ocorridas ao logo da história do vestuário. Entre as aquisições recentes está um vestido bordado de pérolas dos pés à cabeça usado por Lady Di. Além disso há vitrines “temáticas”. Noivas (é quando você descobre que os vestidos nem sempre foram brancos), lingeries, sapatos etc. O vestido de noiva confeccionado por John Galliano, confesso, dá vontade de casar, mesmo que termine em divórcio.

A caminho da bilheteria (uma parte do museu é gratuita) parei na lojinha do museu. É impossível entrar em lojinha de museu e sair de mãos abanando, ainda mais quando a pessoa coleciona postais, e ainda mais também quando a autobiografia do Paul Poiret custa menos que 10 libras. Eis que finalmente chego à bilheteria e levo um banho de água fria: cheguei tarde demais, são quase 5 da tarde, a venda dos tickets só funciona até 4 e meia. Sento no chão e choro, mas sou retirada por um segurança, que me explica, num belíssimo sotaque britânico, que não é permitido chorar no chão do museu, e além do mais eles já vão fechar as portas.

Embraco no Eurostar um pouco chateada, afinal não vi os chapéus que tanto queria, não encontrei a Bebel e não adquiri metade das roupas experimentadas na TopShop. Meu consolo é que meu pai não se meteu em nenhuma briga de Hooligans, e o trem vai me levar de volta a Paris, onde eu já aprendi direitinho o horário das coisas, e onde a H&M fica a dois quarteirões.


segunda-feira, 30 de março de 2009

De trabalho

São 15 pessoas que temos que vestir para a foto, mas o volume de sacolas, cabides, steamers e fita crepe levaria qualquer um a crer que um time inteiro de futebol e sua torcida poderiam sair dali prontos para os clicks do fotógrafo. É um exagero, assim como a quantidade de crianças que vão participar do desfile do dia seguinte: mais de 50. Quando os 15 estão vestidos, alguém da direção de arte descobre que ficou faltando um capacete de moto, portanto alguém do figurino, que já cumpriu sua função, vai até a concessionária de carros ao lado tentar arranjar o tal capacete emprestado. Enquanto o Laurentino (aparentemente o único funcionário a fazer uso de motocicleta) não chega, o gerente de vendas dos semi-novos me diz todas as vantagens de se comprar um semi-novo. Seus argumentos são convincentes e confusos, porque ele começa a falar sobre impostos e taxas que dão nó na cabeça de qualquer pessoa que usa calculadora do celular pra dividir conta de restaurante. Ele percebe que me perdeu quando começa a dizer porcentagens, e quando eu digo que o meu carro é 2005, mas talvez seja 2006, ele saca que não vai fechar negócios. Mas como ele é brasileiro e não desiste nunca e Laurentino está chegando, ele saca de sua gaveta uma filipeta e diz que eu deveria ir ouvir a palavra de deus. A filipeta é da sua igreja, a foto é de surfe e o nome do local é “Bola de Neve”. Tento calcular quanto esse cara deve ganhar de comissão da concessionária e só posso concluir que a igreja deve estar pagando melhor, porque a sinceridade dele em dizer que eu devia ouvir a palavra de deus é tão grande que chega a ser comovente.

Laurentino me salva quando aparece e diz que a moto está logo ali, ao lado do posto que virou set. Quando eu me aproximo da foto com o capacete na mão, me acenam do outro lado, adivinha? Alguém conseguiu um capacete vermelho muito mais cool que o do Laurentino.

Eu espero um pouco, o tempo que julgo suficiente para devolver o capacete ao Laurentino dizendo “muito obrigada, a foto ficou ótima” e não digo que outro capacete foi usado no lugar. Penso se o povo lá na “Bola de Neve” me perdoaria por esta mentira.

A foto termina, a gente empacota tudo de novo e se prepara para todas as crianças que virão barulhentas e maquiadas amanhã.

Eu digo que trabalho com moda, mas, seriously, não tenho tanta certeza assim...

segunda-feira, 9 de março de 2009

Renascimento

7 semanas de moda depois, 5 revistas mais pobre, mil dias sem uma mísera linha escrita nesse blog, tudo isso se explica: os desfiles acontecem no Rio, em São Paulo, em Milão, em Londres, em NY, e em Paris duas rodadas, couture e ready-to-wear. Fora todos os outros lugares do mundo, como Copenhague, Madri e etc. As cinco revistas são a W da Madonna, que me decepcionou (quem é que acha que uma foto spread vai ficar boa numa revista com uma dobra no meio? Putz grila!), a Mag que eu comprei só porque a foto da capa é realmente linda e faz jus ao tema da edição (Alegria), a L’Officiel de março e as Vogues de Fevereiro e Março, a última com a Aggyness Deyn na capa. Os mil sem escrever nada não se justificam, mas deve ser porque acabo me dedicando ao outro blog onde tenho fãs, e ao Modalogia, e em breve sai a Arara Mag com um texto meu (ou dois?).

Perceba: não sobra nada pra cá. Eu devia extinguir essa página, mas adoro o nome que eu mesma pensei pra esse espaço e não quero matar o “Meu paletó”.

Pois então, a única coisa de alguma relevância que posso dizer agora é que continuo achando que as revistas só valem à pena por causa dos anúncios, que a moda só será salva por Nicolas Ghesquière e que a vitrine da Animale não lembra em absolutamente nada o desfile de inverno, mas talvez isso mude, provavelmente não.

Do resto, são coisas bobas: quero gostar de azul e de usar calças, quero ter eventos para usar salto alto, quero trabalhar fora de casa pra usar paletó, quero ter um alfaiate particular, quero ser mais cool e combinar com jaqueta de couro, quero o desfile do Dries Van Noten todinho pra mim, quero que o meu livro do Ungaro pare de ficar com páginas coladas e quero, embora entenda que não seja possível, que Marc Jacobs e Miuccia Prada tenham um filho juntos. Imagina só o que essa criança ia fazer...







sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

This charming man

Faz um friiiiio nessa terra, deve ser pra colaborar com os casacos que vemos nos desfiles. Sucumbo a uma gripe infernal que me faz abandonar mais cedo a Bienal. Justo HOJE o ar-condicionado da sala de imprensa resolveu funcionar no máximo, e eu saí encolhidinha antes do último desfile.

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Os pen-drives foram todos infectados por um cavalo-de-tróia, e algumas das máquinas começam a soar como sirenes, não adianta clicar no "enviar para quarentena" que o troço continua apitando, é um desespero. Acontece com todos, desde o Alcino (da Folha) aos mais reles repórteres.

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Bolas amarelas são distribuídas pela Bienal, e uma louca anda com a sua recolhendo assinaturas do povo "fashion". Deve ter autógrafo de Iesa Rodrigues, Maria Prata, Regina Guerreiro...

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O tema da edição (embora isso não apareça em todas as marcas, aliás aparece em pouquíssimas) é "Brasileirismos" e a decoração das paredes não podia ser mais divertida: frases de para-choque de caminhão reproduzidas daquele jeitinho, com enfeites tosquinhos pintados a mão. A minha preferida é "Quem madruga muito fica com sono o dia inteiro".

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A comida e os snacks parecem mais escassos desde ontem no QG da imprensa, mas foi tanta correria e desfiles emendados que vai ver eu é que fiquei mais tempo circulando fora da sala e não vi as bandejas passando (a cerveja, porém, continuou a ser oferecida naquele horário crítico de 6 da tarde).

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Só entrei em um lounge, o da Vogue, num momento de fome faminta, mas o clima austero me espantou rapidinho. Não encarei a gigantesca fila do lounge das Havaianas, onde as pessoas entravam afoitas para customizarem um par. Fiquei sem. No lounge da Melissa, onde também não fui, era preciso vencer um jogo para levar seu par exclusivo, eu sei porque me contaram. Eu não queria levar aquela Melissa nem sem jogo, imagina o pé suado com aquelas melecas pretas dentro do par exclusivo muito feio?! No way!

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As assessorias caçavam pessoas para entrarem no desfile do Jefferson Kulig hoje. Sentei na fila B.

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Eu estava tão concentrada nas roupas que não saquei que era a Fernanda Lima fazendo a primeira entrada no desfile da Amapô! Desfile, aliás, cheios de amigos das estilistas, que promoveram uma verdadeira ovação (?) no final. Foi o segundo mais aplaudido, Ronaldo Fraga ganha de lavada (até porque no caso dele as palmas foram totalmente espontâneas).

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Miados e sons de arara vêm do pit de fotógrafos antes do desfile da Amapô. Fora os berros que às vezes eles dão. E as risadas me fazem concluir que devem falar um monte de besteiras e muitas atrocidades.

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Encerrei meu dia no desfile da Maria Garcia, com trilha de Smiths, cantando junto, pensando em tudo que quero ter da marca, onde mais cedo fiz compras!

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Apesar do cansaço, do nariz em mau-funcionamento e da voz babaca de gripe, sentirei saudades desses dias de Bienal, de tentar adivinhar quem é a celebridade rodeada por fotógrafos e flashes, de admirar a elegância de Constanza Pascolato e de proferir todos os xingamentos contra o programa de moda do GNT (e mesmo assim assistir toda noite, pra rever um pouquinho os desfiles) e contra o sistema de download de fotos oficiais do evento. Certamente farei algo completamente cafona e demodé quando chegar em casa: vou pendurar minha credencial na cortiça do meu quarto!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Curtas

Os telões da bienal repetem numa sequência infinita os desfiles do dia de forma que a pessoa vai se familiarizando com todos os detalhes, especialmente os que não consegue ver da fila G. Sapatos, meias, eventualmente pernas - descobrir o que é saia ou calça pode ser um desafio. E quando só sobra aquele lugarzinho bem atrás da pilastra? Putz Grila!

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Algumas trilhas sonoras são deliciosas. "Paris is Burning", do LadyHawke, do desfile da Erika Ikezili, está tocando agora no meu computador. A versão light e chic de "Toxic", no Wilson Ranieri, é incrível e perfeita pra ouvir com aquelas roupas mesmo, num jardim com chapéu, bebericando um drink numa linda taça de cristal. A "Dance, Dance, Dance" na Isabela Capeto, ao contrário, dá vontade de suicídio, mas tenho certeza que ela foi ainda mais prejudicada pelo fato de que os intervalos dos primeiros dias foram maiores, ou seja, os telões repetiam à exaustão o desfile. "Music and Me", Jackson 5 no Ronaldo Fraga dispensa comentários. Aliás não, o desfile do Ronaldo Fraga vai ficar pra um post mais descansado e exclusivo. Patti Smith na Forum foi demais e deu o tom certo pro desfile. A trilha do Herchcovich era ótima, até nisso esse cara acerta!

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Agyness Deyn desfilou hoje pela Ellus, que fez um desfile só pra imprensa e outro só pra convidados. Eu continuo sem entender o que vêem nela (seria veem, sem acento, no acordo ortográfico). Raquel Zimmerman, por outro lado, é um estouro. Mas a minha preferida é Gracie Carvalho.

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Quero todas as calças do desfile da Triton (já tive muuuitas na adolescência, aquelas de moletom) e todas as jaquetas da Animale, que vão custar uma for-tu-na.

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Amanhã é o penúltimo dia e já dói no coração pensar que sábado não tem prédio da Bienal, credencial no pescoço e o mais grave: os homens lin-dos que ficam apertadinhos no pit fotografando e filmando... suspiros...

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Lilian Pacce aparece no GNT Fashion da noite e diz: "depois desse desfile do Ronaldo Fraga... não sei como vai ser os próximos dias!" Repare bem na construção, no português, na literatura. Pra piorar, não era um take ao vivo. Não sei como vai ser aguentar essa moça, editora d emoda do canal, falando na tv por mais sei lá quantos anos...

Gincana

Muita correria no São Paulo Fashion Week, muita coisa pra ver e conhecer, muita comidinha gostosa na sala de imprensa, muita água (muitas geladeiras cheias delas também, na sala de imprensa), muito papel e jornalzinho se acumulando na bolsa e a sensação de ser uma caipira em cidade grande, daquelas que fica embasbacada com a estrutura do evento, com a organização. A única coisa em que o Rio se supera é a fila de entrada para os desfiles. Em São Paulo as pessoas fazem um aglomerado de gente e é salve-se quem puder mesmo. Na verdade a imprensa faz isso, os convidados ficam bonitinhos esperando sua vez. Mas os jornalistas, meu deus! que selvageria...




Isabela Capeto - final





2nd Floor - final






Sala de Imprensa!

sábado, 17 de janeiro de 2009

Então,

Regina Martelli troca os nomes indicados nas cadeiras da fila A no desfile de Ivan Aguilar no Fashion Rio. Ela quer ficar perto de Glória Kalil, que por sua vez parece não fazer tanta questão assim e disfarça. Muito chic, é claro. Glória Kalil é sempre a mais charmosa da fila A, não tem pra ninguém.

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Erika Palomino sumiu. Regina Guerreiro também.

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A Marina da Glória está lindíssima, espero que todos tenham sobrevivido ao calor. Pelo menos nessa edição ninguém deve ter sofrido choque térmico, dentro das tendas a temperatura estava somente fresca, bem diferente de quando fazia -5 graus.

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O momento que mais gosto é quando o último modelo anda de volta pro backstage e as luzes da passarela vão se apagando, e então surgem todos de novo em fila ou em lote e vê-se a coleçã toda junta e naquela mistura de gente não se percebe tanto como as modelos são feias.

Também adoro quando toca "Funkytown", do Blondie, no comercial da revista Estilo!

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Não vi quase nada de Fashion Rio, e o que vi não merece muitos comentários.

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Tenho uma credencial de imprensa pro SPFW. Estou instalada na terra da garoa munida de metade do meu armário esmagado numa mala e muita animação. Tentei adquirir mais coisas para a mala voltar ainda mais cheia, entrei na Galeria Ouro Fino triunfante mas sei lá, a madrugada mudou e certamente aquele trem já passou. A única vantagem é que vou poder almoçar hamburguer em vez de Club Social.

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Vou escrever como colaboradora pro site Modalogia , da Mirela, até o fim do evento, dia 23.

Depois coloco aqui as coisas que não colocarei lá.